sexta-feira

Por que Rodrigues saiu



Miriam Leitão

O ministro Roberto Rodrigues sai abatido pelos próprios empresários rurais, que pretendia representar. Ele vinha recebendo pressões da bancada ruralista para deixar o governo sob o argumento de que estava “emprestando credibilidade” ao governo Lula. Apesar de todas as concessões feitas aos produtores rurais no último pacote, Rodrigues vinha sendo hostilizado quando viajava ao interior.

- Outro dia ele desabafou, dizendo que nem em sua fazenda pode ir, porque os vizinhos vão lá reclamar das políticas do governo e de coisas que não pode mudar, como juros e câmbio – afirmou um interlocutor do ministro.

No dia do pacote agrícola, o ministro Roberto Rodrigues fez mais um esforço de agradar às suas bases. Estava tudo previsto para ser anunciado às três da tarde e ele viu o pacote fechado e pediu um tempo. Depois de muitas ligações para os produtores rurais, voltou e disse que o setor só concordaria com o pacote se houvesse algum tipo de ajuda às dívidas que estavam vencendo este ano. O governo concordou em mais essa concessão e a dívida vencendo em 2006 foi refinanciada por mais quatro anos.

Depois de todas as concessões, ainda assim, a pressão da bancada ruralista e de produtores continuou para que ele deixasse o governo. Dias atrás Roberto Rodrigues fez outro desabafo com um integrante do governo.

- Ele disse que estava pensando em nem ir ao Agrishow, em Ribeirão Preto, para não ser hostilizado; justamente ele, que tinha sido um dos fundadores da feira.

Roberto Rodrigues está dando a explicação de praxe: problemas pessoais. De fato, sua mulher tem andado doente, mas o que realmente o afasta do governo são esses problemas com a base. Em vez de ser ministro da agricultura, havia se transformado em ministro dos agricultores. O secretário Executivo, Luis Carlos Guedes Pinto, deve ser mantido no cargo de ministro até o fim do governo, garantem fontes do Executivo.

A decisão foi tomada ontem em um jantar com o presidente Lula, mas só seria anunciada na sexta-feira, após novo encontro. A notícia vazou e foi confirmada.

http://oglobo.globo.com/online/economia/miriam/

quinta-feira

Lula foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 40 mil por danos morais

Lula foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 40 mil por danos morais causados a ex-prefeitos de Campinas. Em entrevista ao jonral Correio Popular, em janeiro de 2001, Lula teria dito que a cidade foi “assaltada pelas pessoas que a governaram desde 1993”, e que “por culpa deles o município devia mais recursos do que arrecadava”. Segundo o decisão, Lula foi condenado a pagar R$ 40 mil, corrigidos desde a entrada do processo em 2001, além de juros e dos honorários advocatícios em 10% do valor da condenação. “O valor fixado a título de indenização está correto e fica mantido, pois são condizente com a gravidade e repercussão do fato, assim como com a situação financeira do apelante”, afirmou o relator do processo, o desembargador Sílvio Marques.

terça-feira

Lula foi recebido por dona Canô, mãe de Caetano Veloso, baianas, sambistas e até conhecidos anões do orçamento


A menos de uma semana do anúncio oficial da candidatura à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido segunda-feira por dona Canô, mãe dos cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia, baianas, sambistas e até conhecidos anões do Orçamento, em Santo Amaro, cidade histórica do Recôncavo Baiano. Ao inaugurar uma unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica, que ainda não tem mesas e cadeiras, ele falou de improviso cerca de 20 minutos com moradores, prometendo estudar a construção de uma fábrica de papel, a reforma do hospital da cidade e a indenização de trabalhadores demitidos do Pólo Petroquímico de Camaçari.

Faixas de boas-vindas a Lula foram espalhadas pela cidade pelo ex-deputado federal Genebaldo Correia, um dos acusados pela CPI do Orçamento da União, de 1993, de se enriquecer ilicitamente com desvios de verbas para emendas, e pelo deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que conseguiu se livrar na última hora da lista de pedidos de cassação do relator Roberto Magalhães, à época filiado ao PFL de Pernambuco. Magalhães pediu a cassação de 16 deputados, um senador e um suplente de deputado. Desses, dez parlamentares deixaram o mandato, depois de cassação ou renúncia.

Lula foi recebido na porta da unidade de ensino por dona Claudionor, a Canô, de 98 anos. Virou costume políticos e autoridades beijarem a mão dela ao chegar a Santo Amaro. Com o presidente não foi diferente. Durante todo o tempo em que esteve na escola, Lula fez questão de estar ao lado de dona Canô, posando para fotos e fazendo caras para as câmeras de vídeo. Nicinha, uma das baianas mais tradicionais do samba de roda do Estado também foi aproveitada pelos marqueteiros da Presidência na produção de fotos. Lula só evitou contato com a imprensa.

No discurso, o presidente reconheceu que a licitação para compra de móveis não foi concluída. Ele assegurou que as aulas das primeiras turmas dos cursos de Tecnologia da Informação e Eletromecânica começam em 1º de agosto. Lula voltou a defender a construção de escolas profissionalizantes e unidades de ensino superior no interior. Desta vez sem mencionar adversários, ele disse que o desenvolvimento do país e o fim das desigualdades sociais e da criminalidade dependem de investimentos em educação.

Na platéia de cerca de 500 pessoas, uma mulher com uma camiseta escrito “Fica Lula” gritava “mentira” durante os discursos de autoridades, inclusive durante a fala do presidente. Depois, ela conseguiu se aproximar de Lula e beijá-lo.

politica.dgabc

segunda-feira