segunda-feira

SERRA SOBE E LIDERA PESQUISA PARA PRESIDENTE EM 2010


Segundo pesquisa CNT/Sensus, governador de SP José Serra tem 46,5%; Heloísa Helena (PSOL), 12,5%; e ministra, 10,4%


SÃO PAULO - O governador de São Paulo, José Serra, sobe e lidera em todas as listas em que aparece com outros possíveis candidatos à sucessão presidencial em 2010, segundo pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta segunda-feira, 15. Apesar do alto índice de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (Casa Civil) - favorita para sucedê-lo - aparece em terceiro assim como outros candidatos próximos ao governo. Serra tem 46,5%; Heloísa Helena (PSOL), 12,5%; e Dilma, 10,4%.
MAIS

sexta-feira

PAC: oito obras com irregularidades graves


O Tribunal de Contas da União (TCU) encaminhou ao Congresso Nacional novas informações sobre obras com indícios de irregularidades graves. O relatório atualiza as informações enviadas em setembro e foi encaminhado na última sexta-feira ao presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. Das obras analisadas, 41 apresentam irregularidades graves, sendo oito obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outras duas obras do PAC ainda estão pendentes de deliberação do plenário do tribunal. Nesses casos, o tribunal recomenda a paralisação imediata da obra e ela deixa de receber recursos públicos. Desde a última relação de obras irregulares, o comitê da Comissão de Orçamento do Congresso se reune com os principais órgãos envolvidos e representantes do tribunal para tentar sanar os problemas a tempo de incluir as obras no orçamento de 2009. O coordenador do comitê, deputado Wellington Fagundes (PR-MT), ressaltou numa dessas reuniões que obras inacabadas causam prejuízos à população. "Não é possível que apenas por uma pequena irregularidade a obra fique parada". Os debates resultaram na exclusão de oito obras, cinco do PAC, em relação a lista anterior e acrescentada uma, localizada em Tocantins. Como nos anos anteriores, as obras de transportes e recursos hídricos apresentaram os maiores indícios de irregularidades graves. Entre os problemas apontados pelo TCU estão superfaturamento, direcionamento da licitação e projeto básico deficiente ou até inexistente. Os órgãos com mais empreendimentos nessas condições foram o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT) e o Ministério da Integração Nacional. Também foram identificadas irregularidades em obras da Infraero. O relatório do TCU é elaborado anualmente por determinação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Depois de examinado pela Comissão de Orçamento, o texto passa a ser um dos anexos da proposta orçamentária do ano seguinte. Ao votar o parecer da comissão sobre essa proposta, o Congresso dá a palavra final sobre as obras que ficarão interrompidas. Os recursos, no entanto, voltam a ser liberados depois da correção dos problemas apontados pelo TCU.

Contas Abertas

quinta-feira

Chope presidencial. Nisso o presidente é rápido...

Acusado de omisso na tragédia de Santa Catarina, de não dar prioridade ao Brasil quando o povo mais precisa de atenção e urgência. Já quando o assunto é festa, circo, palanque... não perde tempo. “Aqui o Lula aparece descontraído, tomando uma caneca de chope e sendo abraçado por um fã, durante uma Oktberfest, em Blumenau, Santa Catarina”.

fonte:www.abi.org.br

sexta-feira

Presidente turista

Lula parte em direção à Itália no domingo. O presidente-turista vai se reunir com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, com quem pretende discutir a crise financeira mundial e defender uma regularização mais rígida do mercado para garantir crescimento sustentado. Será uma boa oportunidade da primeira-dama Marisa Letícia rever sua querida Itália – onde tem direito à cidadania plena, para alguma emergência... Quem sabe lá ela até aprende uma nova receita de polenta para suas festas palacianas?

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Natal não será mais do notebook


A alta do dólar atingiu em cheio o mercado brasileiro de informática. Segundo Ivair Rodrigues, diretor de Estudos de Mercado da IT Data, deve faltar computador no Natal, principalmente portátil. Rodrigues é responsável pelos estudos sobre o setor de informática da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). "A situação ainda não está tão ruim do ponto de vista do consumidor porque as lojas ainda trabalham com estoque", disse Rodrigues. "Mas, do lado da produção, a coisa está brava."

Antes da crise, a indústria vinha falando que este Natal seria do notebook. Com a alta do dólar, acompanhada de uma grande oscilação diária, muitos fabricantes paralisaram as compras e, como todos os kits são importados da China e de Taiwan, de navio, não dá mais tempo de os componentes chegarem a tempo das festas de fim de ano. "No caso do desktop (computador de mesa), a situação não é tão séria, pois existem componentes, como monitores e gabinetes, que são fabricados no Brasil", apontou o diretor.

No ano passado, foram vendidos 10 milhões de computadores no País. A previsão para este ano era de 13 milhões, mas ela está sendo revisada neste momento. "O mercado vai crescer porque a venda em nove meses já ficou próxima do total do ano passado", disse Rodrigues. "Mas vai ser bem menor do que 13 milhões; nunca vi nada igual em 23 anos de indústria."

No fim do ano, o chamado mercado cinza, que trabalha com produtos contrabandeados, pode voltar a crescer, depois de pelo menos dois anos de queda de participação. O diretor da IT Data recomendou que o consumidor antecipe as compras de Natal, caso encontre computadores com o preço antigo no varejo. "Os preços, com certeza, vão subir", disse Rodrigues.

A Itautec planeja aumentar sua tabela no próximo mês. "Dependendo do produto, 90% dos componentes são importados", explicou Cláudio Vita Filho, vice-presidente da Itautec. Com a instabilidade do câmbio, a empresa deixou de ter tabela para o mercado corporativo. No começo da crise, chegou a mudar a tabela três vezes num dia, depois chegou à conclusão de que não compensava. Os vendedores vão a campo e depois fazem a cotação de cada pedido. Para o varejo, manteve a tabela somente para itens produzidos com componentes que tem em estoque. O executivo aponta a volatilidade do câmbio como a maior dificuldade. "Dá para operar com qualquer dólar, desde que esteja estável."

A Accept, que fabrica computadores em Ilhéus (BA), chegou a ficar dez dias sem fazer negócio por causa do câmbio. "Os distribuidores americanos estão desesperados com o Brasil", disse Silvio Campos, diretor-executivo da Accept. Há algumas semanas, a empresa atrasou pagamento de fornecedor por sete dias, na expectativa de que o real se recuperasse.

Como isso não aconteceu, a Accept retomou os pagamentos e, segundo Campos, resolveu antecipar os de novembro. "Os fornecedores americanos deixam de aceitar pedidos novos da empresa a partir da segunda semana de atraso", disse o executivo. Segundo ele, existem concorrentes que paralisaram a produção porque atrasaram o pagamento do fornecedor e agora não conseguem saldar a dívida. As informações são da edição de domingo do O Estado de S. Paulo.

Fonte

quinta-feira

KASSAB 54% X MARTA 36%



Kassab se mantém à frente de Marta com 18 pontos de vantagem, diz Datafolha

Considerando apenas os votos válidos excluindo votos nulos, em branco e os eleitores indecisos, Kassab tem 60% contra 40% de Marta. Na pesquisa anterior, ele aparecia com 59% e Marta com 41%. Essa é a segunda pesquisa realizada pelo Datafolha sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo no segundo turno após o início do horário eleitoral gratuito que voltou a ser transmitido no último domingo (12). A pesquisa ouviu 1919 eleitores nesta terça (21) e quarta-feira (22). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo sob número número 04200108-SPPE. Folha

quarta-feira

GASTOS PÚBLICOS CRESCERAM 10%


Apesar da insistência do governo de que os gastos públicos crescem menos que o aumento do PIB (Produto Interno Bruto), as despesas estão maiores neste ano. Os gastos de custeio, excluídos os investimentos já realizados, tiveram aumento de 10% de janeiro a agosto. A comparação feita pelo Tesouro Nacional e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para demonstrar que houve queda nos gastos usa como base a previsão de crescimento do PIB nominal, de 12,6%. O PIB nominal é calculado pelo crescimento da economia, mais o aumento de preços medido pelo IBGE, um índice conhecido como deflator do PIB. É unânime entre os economistas que a apresentação de um resultado real desconta só a inflação do período, medida pelo IPCA ou pelo IGP. O IPCA de janeiro a agosto foi de 4,48%. Os gastos federais somaram R$ 306,8 bilhões nos oito primeiros meses deste ano. Os dados de setembro ainda não foram divulgados. Com informações da Folha de São Paulo.

sexta-feira


Kassab participa de evento ao lado de FHC

SÃO PAULO - O prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) participa hoje de um evento ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa demonstração de força para neutralizar a presença constante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha da adversária Marta Suplicy (PT). Fernando Henrique, que no primeiro turno apoiou discretamente o candidato derrotado do PSDB, Geraldo Alckmin, aparecerá pela primeira vez ao lado de Kassab nesta eleição. Ambos vão participar de uma homenagem à ex-primeira-dama Ruth Cardoso, morta em junho, que vai dar nome ao Centro Cultural da Juventude, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte, administrado pela prefeitura. O evento reunirá ainda o governador José Serra (PSDB) e a cúpula tucana.


E faixas apócrifas contra Gabeira saem de comitê eleitoral de Paes

Alexandre Rodrigues, RIO

RIO - As faixas apócrifas contra o candidato Fernando Gabeira (PV) que estão na mira da Justiça Eleitoral são distribuídas na zona oeste do Rio por cabos eleitorais de Eduardo Paes (PMDB). O Estado obteve ontem duas dessas faixas com a inscrição "Sou suburbano com muito orgulho" num comitê eleitoral de Paes instalado numa garagem do conjunto habitacional Santa Cruz, em Senador Camará (zona oeste), juntamente com flâmulas e bandeiras do candidato. As faixas, que não têm assinatura, são consideradas propaganda subliminar negativa pela Justiça Eleitoral, proibida pela legislação. Continua...

quinta-feira

Campanha de Kassab calcula que terá 89 inserções na TV com direito de resposta


THIAGO FARIA
colaboração para a Folha Online

A campanha do prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), já está fazendo as contas de quanto tempo conseguirá tomar da adversária Marta Suplicy (PT) no horário eleitoral gratuito por conta do direito de resposta obtido na Justiça. Pelo cálculo kassabista, até agora serão 89 inserções de 1 minuto na TV e 72 no rádio com o mesmo tempo.

A assessoria jurídica do prefeito informa ter ingressado com mais de 20 representações contra propagandas de Marta desde o início do horário eleitoral gratuito no segundo turno.

Até o início da noite desta quarta-feira, a Justiça Eleitoral havia julgado quatro delas como procedentes. Três delas referentes a uma peça publicitária da petista que, após relacionar ligações políticas passadas de Kassab, pergunta: "será que ele esconde mais alguma coisa?". A outra refere-se à propaganda que questiona se o prefeito é casado e tem filhos.

Cada direito de resposta obtido por Kassab é de um minuto por inserção da propaganda a qual a representação se refere. Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), as respostas não podem ser veiculadas de forma consecutivas.

Desta forma, os direitos de resposta de Kassab deverão ser veiculados ao longo da programação das emissoras.

Marta

A campanha de Marta também tenta conseguir espaço no horário eleitoral de Kassab com os direitos de resposta. Segundo a assessoria da ex-prefeita, a campanha já entrou com 24 pedidos na Justiça Eleitoral neste segundo turno.

Até o início da noite de hoje, no entanto, apenas uma representação de Marta contra a campanha adversária havia sido julgada e divulgada pelo tribunal eleitoral. Esta, por sua vez, foi considerada improcedente pelo juiz eleitoral.

sábado

Ministro do STF tira toga e vira 'Vovô Grau' no rádio


MARIÂNGELA GALLUCCI - Agencia Estado

BRASÍLIA - O ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vai tirar a toga para assumir a partir deste domingo, 12, uma nova identidade: Vovô Grau. No dia das crianças, ele vai estrear o programa de rádio "Aprendendo Direitinho", no qual explica para as crianças noções de direito e cidadania.

Ao contrário do discurso rebuscado típico dos tribunais, no programa Eros Grau usa uma linguagem coloquial e acessível às crianças. Logo no início, ele se apresenta como Vovô Grau. "Vocês não me conhecem, mas logo vamos ficar amigos", diz. Transmitido pela Rádio Justiça, de Brasília, aos domingos às 13h30 e aos sábados às 10 horas, o programa é resultado de um projeto que o ministro já tinha há cerca de três anos.

Crianças com 9 e 10 anos de idade que estudam em uma escola pública de Brasília - algumas filhas de presidiários - participam do programa respondendo a perguntas do ministro. No programa deste domingo, Eros Grau falará sobre o conceito do que é justo e do que é injusto.

"Seria justo ficar de castigo porque você não fez a lição?", pergunta o ministro. Uma criança responde: "É justo porque a gente vem para a escola para a aprender". Outra criança afirma que é injusto. Eros Grau intervém. Ele explica que cada pessoa pode ter uma opinião diferente sobre o que é justo ou não. E que o juiz serve justamente para decidir o que é justo ou injusto. "É o juiz que diz, no jogo de futebol, se a bola saiu ou não", exemplifica.

O ministro pergunta em seguida: "Como você sabe se o que está fazendo é certo ou errado?" A criança responde: "Eu sei quando estou errado quando desrespeito meu pai, minha mãe, meu avô?" No final do primeiro programa, uma voz feminina chama Eros Grau: "Vovô, hora do chá!" Eros Grau responde: "A vovó está chamando. Preciso ir. O mundo é feito de regras."

terça-feira

PSDB oficializa apoio a Kassab no segundo turno em São Paulo


O PSDB de São Paulo oficializou nesta terça-feira o apoio ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), que busca à reeleição. Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o prefeito foi um "bom gestor" que deu continuidade às metas do governador José Serra (PSDB). "A grande satisfação é pelo fato que o partido soube entender as circunstâncias", afirmou o ex-presidente ao falar sobre a disputa interna que dividiu o partido na campanha entre os apoiadores do prefeito e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Leia mais


Ao lado de Kassab, Serra diz estar confortável com aliança

Uma hora e meia depois do anúncio do PSBD de apoio à candidatura do prefeito Gilberto Kassab (DEM), o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), convidou o democrata para participar de uma vistoria em obras da via Anhanguera.

Na ocasião, Serra disse se sentir à vontade com a aliança entre o PSDB e DEM. "Não me sinto fortalecido, me sinto confortável em uma aliança que é natural", afirmou Serra.

Serra se mostrou cauteloso e evitou falar de apoio no segundo turno, mas afirmou que estará ao lado de Kassab quando não estiver cumprindo agenda como governador. Segundo Serra, o encontro desta tarde com Kassab não foi um gesto político.

"Quando olhei a agenda e vi que vinha aqui, liguei para ele [Kassab] pessoalmente e convidei para vir aqui como fazíamos sempre em época fora de campanha", disse.

Segundo Serra, Kassab participou da vistoria como prefeito, e não como candidato."Eu vim dar uma olhada hoje, o prefeito também, não na condição de candidato, mas para supervisionar como anda a coisa [obra]", disse.

quinta-feira

CRISE BRASIL: Indústria de alimentos tem maior queda na produção em 8 anos


Aquilo que o Lula/PT não mostra:

Índice mostra que 63% dos produtos alimentícios registraram queda na produção em agosto, segundo o IBGE

A indústria de alimentos registrou em setembro queda de 7,4% na produção ante igual mês do ano passado, o pior resultado apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesse segmento em oito anos, segundo destacou o coordenador de indústria do instituto, Silvio Sales. De acordo com ele, o índice de difusão mostra que 63% dos produtos que compõem a indústria de alimentos registrou queda na produção em agosto ante igual mês de 2007.

A explicação está, sobretudo, nos produtos voltados para exportação. Segundo Sales, açúcar cristal, suco de laranja e carne vermelha puxaram a queda na produção de alimentos. No caso do açúcar, ele disse que as informações das empresas apontam que o recuo está relacionado a um deslocamento da produção das usinas para o álcool. No que diz respeito ao suco de laranja, segundo ele, a justificativa é que houve queda nos preços internacionais desses produtos e problemas climáticos na safra brasileira, ambos desestimulando os produtores.

A queda na carne, por sua vez, de acordo com Sales, estaria relacionada à redução da oferta de bois para abate. Segundo ele, há também produtos voltados para o mercado interno contribuindo para a queda na indústria de alimentos, "mas com influência muito menor" no resultado final nesse segmento em agosto. O destaque é o sorvete, que segundo ele pode estar respondendo tanto ao clima desfavorável para o produto quanto a um possível deslocamento do consumo para produtos de maior essencialidade, devido ao aumento de preços dos alimentos.

Efeito calendário

Em agosto, a produção industrial brasileira caiu 1,3% ante julho, na série com ajuste sazonal. Na comparação com agosto do ano passado, a produção cresceu 2%. Com o resultado, até agosto, a produção industrial acumula alta de 6% no ano e de 6,5% nos últimos 12 meses.

Segundo o IBGE, os dados de agosto foram afetados pelo efeito calendário. Além disso, o instituto revisou a produção de julho, que subiu 1,4% na comparação com junho, ante informação anterior de alta de 1%. Na comparação com julho de 2007, o dado foi revisado para 8,8%, de 8,5%.

De acordo com Silvio Sales, o mês de agosto de 2008 registrou dois dias úteis a menos do que igual mês do ano passado e também dois dias úteis a menos do que julho deste ano e esse efeito calendário teve forte influência sobre os resultados industriais de agosto. Segundo ele, o ajuste sazonal na série ante mês anterior "não consegue descontar esse tipo de sazonalidade".

Segundo ele, prova do efeito calendário é que o resultado de média móvel trimestral, principal indicador de tendência, ficou "praticamente idêntico" em agosto (1,0%) e julho (1,1%). Além disso, segundo Sales, o perfil do crescimento industrial ante igual mês do ano anterior se manteve idêntico ao que vem sendo registrado desde o ano passado, com destaque para bens de capital e automóveis.

Em setembro de 2008, segundo ele, o calendário "vai jogar de forma favorável" nos dados da indústria, já que setembro deste ano terá três dias úteis a mais do que igual mês de 2007 e um dia útil a mais do que agosto. Segundo Sales, o padrão de sazonalidade da pesquisa não foi mudado porque o calendário do ano atual é muito atípico

Bens de capital

A produção de bens de capital subiu 0,1% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal. Na comparação com agosto do ano passado, a produção dessa categoria aumentou 12,1%. Ante mês anterior, houve quedas na produção de bens intermediários (-2,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%), enquanto a produção de duráveis aumentou 2,1% e o total de bens de consumo (semi e não duráveis) teve variação de 0,1%.

Na comparação com agosto de 2007, houve queda nos bens de consumo (-0,1%), puxada pelos semi e não duráveis (-1,1%), enquanto os duráveis aumentaram a produção em 2,8%. Os bens intermediários registraram alta de 5,0%.

Tendência

O índice de média móvel trimestral da indústria, que é considerado o principal indicador de tendência, mostrou aumento de 1% no trimestre encerrado em agosto, ante o terminado em julho, segundo o IBGE.

Estadão


Lula quer escalar Aldo na Defesa para atacar Jobim e garantir escalação de Dilma para sucessão presidencial

Por Jorge Serrão

O chefão Lula da Silva adiou a divulgação do novo Plano Nacional de Defesa porque planeja uma dança da cadeira nos ministérios, em função da sucessão de 2010. Lula tenta diminuir a influência de Nelson Jobim – que tenta se viabilizar como candidato presidencial pelo PMDB. A intenção de Lula tirá-lo do cargo de ministro da Defesa, o mais depressa possível e com algum desgaste. O novo titular da pasta, na cabeça do presidente, é o comunista Aldo Rebello.

Lula agiu estrategicamente ao liberar Tarso Genro para alimentar a crise dos grampos contra Jobim. Os dois saíram desgastados do episódio, e abriu-se mais espaço para a Favorita de Lula: Dilma Rousseff, que insiste na demissão do general Jorge Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Lula agora articula a indicação de um vice do PMDB para a chapa de sua candidata Dilma Rousseff. Lula já falou do assunto com integrantes da cúpula pemedebista, ministros e governadores. Mas os caciques peemedebistas desconfiam do PT e já avisam que não se sentem obrigados a nada em 2010.

Na complicada escalação de seu time, Lula já sabe que quer Aldo na Defesa. Mas não sabe o que fazer com Jobim e com Tarso (dois gaúchos que se aturam e rivalizam pessoalmente deste os tempos da faculdade de Direito). Escalar Jobim para o mesmo cargo que ocupou na Era FHC seria prestigiá-lo demais. Neste caso, para onde mandaria Tarso? Assim que Lula desvendar tal dúvida, desencadeia mais uma dança das cadeiras em seu ministério.

quarta-feira


BC investiga suspeita de que bancos elevaram taxas em até 1.150% para compensar risco de calote no crédito

O Banco Central deveria fiscalizar, de verdade, o cumprimento da resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que padronizou os nomes dos serviços bancários e estabeleceu normas para reajustes a fim de tornar a cobrança mais transparente aos clientes. Uma pesquisa do portal "Vida Econômica" constatou aumentos de até 1.150% praticados indevidamente pelas instituições financeiras. O BC jura que vai identificar os bancos que, porventura, tenham cometido tal irregularidade. Vai mesmo? É preciso averiguar se a expansão do crédito de longo prazo está sendo acompanhada por um alongamento no prazo de captação dos bancos. As tesourarias dos bancos já estão precificando o risco de crédito. Não é razoável um financiamento de dez anos para a compra de um automóvel. São recados dados por um ex-presidente do Banco Central do Brasil. O economista e gestor de fundos Armínio Fraga se mostra preocupado com a expansão da oferta de crédito e com a onda de endividamento do consumidor. O sócio da Gávea Investimentos recomenda um endurecimento nas regras para limitar a capacidade dos bancos emprestarem. Armínio Fraga constata o crescimento econômico do País nos últimos anos foi, até agora, movido pelo aumento do consumo e do crédito. Mas o economista adverte: "O consumo nunca foi âncora para o crescimento sustentável". E ensina: "Qualidade da educação, desenvolvimento da infra-estrutura, aumento da taxa de investimento. Isso é o que faz o país crescer de maneira sustentável". O total de empréstimos bancários no final do mês passado era de R$ 1,086 trilhão. O valor corresponde a 37% do PIB (Produto Interno Bruto ou tudo que a economia brasileira produz). Analistas prevêem que a relação entre crédito e PIB poderá passar de 40% até o fim do ano. As famílias e as empresas brasileiras recorrem cada vez mais ao crédito, apesar da alta dos juros, sob a desculpa esfarrapada de conter a alta da inflação e segurar o consumo.

Fonte:
http://www.alertatotal.blogspot.com
imagem: http://www.tilz.tearfund.org/
Quem tem vergonha desse governo levanta a mão!!!

A revista colombiana Cambio divulgou emails encontrados nos computadores das FARC que evidenciam a ligação entre o alto escalão do governo Lula e os narcoguerrilheiros colombianos.

Como intermediário nas mensagens está Oliverio Medina, o cura Camillo, cuja esposa arrumou com a ajuda de Dilma Roussef uma boquinha no Ministério da Pesca em Brasília.

Entre os citados nos emails estão:

José Dirceu
Roberto Amaral
Gilberto Carvalho
Erika Kokay
Celso Amorim
Marco Aurélio Top Top Garcia
Perly Cipriano
Paulo Vanucci
Severino Heck

http://deslumieres.blogspot.com/

domingo

BNDES deveria priorizar empreendimentos no Brasil


O senador Alvaro Dias (PR) apontou nesta sexta-feira o que considera um desvio de finalidade nas funções do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para o tucano, não há transparência nos empréstimos, especialmente em financiamentos para obras no exterior. Ainda na opinião do vice-líder do PSDB, o banco deveria priorizar os empreendimentos no Brasil.

DESVIO DE FUNÇÃO

"Esses empréstimos sucessivos e excessivos são, no mínimo, estranhos. Ainda em 2005, pedi auditoria à Mesa Diretora do Senado sobre essas transações do BNDES com detalhes, taxas de juros, prazos e financiamentos, entre outras informações. Mas o governo empurra com a barriga e os requerimentos foram praticamente ignorados", criticou. Para o tucano, o banco promove "evasão de divisas" e o governo brasileiro é generoso em excesso.

Nesta semana, o BNDES anunciou a destinação de US$ 650 milhões para a construção de uma estrada de ferro na Colômbia, a Ferrovia del Carare, destinada a transportar carvão para a exportação. A obra, que já tem o aval do governo brasileiro, terá 212 quilômetros, podendo se estender para mais 200. Para o tucano, esse dinheiro deveria ser utilizado para modernizar a infra-estrutura do Brasil, e não do país vizinho. "Ao invés de gerar emprego no Brasil, de melhorar a infra-estrutura no nosso país, o governo investe no exterior. Precisamos de uma política para fomentar a infra-estrutura local, aumentar a competitividade e a geração de emprego", defendeu.

Segundo dados do banco, a linha disponível para investimentos no exterior podem chegar a US$ 10 bilhões. E o governo estuda ainda medidas para facilitar os empréstimos para países com dificuldade para apresentar garantias. "O BNDES, quando foi criado, tinha objetivo de fomentar a infra-estrutura do país. Incentivar os setores aeroviários, portuários e ferroviários. Agora o governo quer facilitar os empréstimos destinados a obras no exterior. Isso é inexplicável", reiterou Alvaro.

Em janeiro deste ano, o BNDES reservou ainda US$ 1 bilhão para Cuba. O recurso foi destinado para investimentos na produção de alimentos, obras de infra-estrutura viária, remodelação da rede hoteleira, financiamento para a indústria farmacêutica, exportação de tecnologia para fábrica de níquel e a construção de uma fábrica de lubrificantes pela Petrobras. Recentemente, repassou US$ 600 milhões para a construção do metrô de Caracas (Venezuela) e mais US$ 1 milhão para obras em Angola. Fonte

segunda-feira

A guerrilha na PF

O inquérito produzido pelo delegado federal Protógenes Queiroz, que embasou o pedido de prisão do banqueiro Daniel Dantas e companhia, é um texto confuso, eivado de convulsões ideológicas e pródigo em julgamentos sem nenhuma base na realidade. É um exemplo de como não deve ser conduzido um trabalho policial com ambição de ter impacto no resultado final do julgamento sobre seus alvos. O inquérito tem relatos imprecisos sobre os investigados e intermináveis transcrições literais de grampos telefônicos a partir dos quais são feitas suposições e emitidas opiniões. Perpassa todo o relatório um viés esquerdista na linha "somos contra tudo isso que está aí".

O capítulo dedicado à imprensa é dos mais disparatados. Sem uma única prova e até diante de evidências em contrário coletadas por ele mesmo, o delegado se contorce para concluir que jornais e revistas, entre elas VEJA, estariam ajudando Daniel Dantas a se safar ou a se fazer de vítima. Seria apenas risível, não fizessem essas acusações parte de um inquérito produzido por uma autoridade do estado brasileiro, com poder de dar voz de prisão e influenciar togados.

Ao fim e ao cabo, o amadorismo demonstrado pelo delegado Protógenes, como diz a Carta ao leitor desta edição, facilitará, provavelmente, a impunidade dos acusados. Daniel Dantas e o especulador Naji Nahas decerto têm muito a explicar à Justiça, mas nada do que realmente interessa ou possa levá-los a uma condenação está no inquérito que motivou a prisão de ambos e dos demais envolvidos.

A prisão de Dantas, em em especial a segunda, deveu-se ao flagrante armado de forma engenhosa pelos policiais, e não à má literatura do delegado Protógenes, que só vai beneficiar os acusados.

Deixando de lado as razões de fundo, como a falta de um sistema educacional eficiente, capaz de gerar uma quantidade suficiente de profissionais competentes nas mais diversas áreas, há uma razão de circunstância que explica o fenômeno Protógenes: a balcanização da PF. Ela hoje se encontra dividida entre uma parte boa e uma banda ruim.

A primeira está sob a batuta do delegado-geral Luiz Fernando Corrêa. Além de estar empenhado em limpar a Polícia Federal dos quadros corruptos, ele quer melhorar a qualidade técnica dos policiais federais, para, desse modo, produzir inquéritos e ações mais bem fundamentadas.

A banda ruim, por sua vez, age à revelia do delegado-geral e obedece a instintos de vingança pessoal e política, o que enfraquece o trabalho policial e lhe tira a substância e o vigor necessários para prevalecer na Justiça. Paulo Lacerda, ex-delegado-geral da PF e hoje na direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), tem ainda devotos na instituição que comandou e há a suspeita de que eles cumpram missões a seu pedido.

Lacerda odeia Dantas porque o banqueiro mandou a empresa Kroll espioná-lo em 2004. Suas impressões digitais foram vistas na organização e no deslanche da Operação Satiagraha.

O delegado Protógenes confiou a espiões da Abin parte do trabalho de vigilância e monitoramento dos suspeitos. A estratégia de ação e o resultado das diligências eram compartilhados apenas por Protógenes e pelo atual diretor da Abin, Paulo Lacerda, ex-diretor da PF. A explicação para isso: os superiores do delegado atuariam no interesse de Dantas.

Segundo a teoria conspiratória, o delegado-geral Luiz Fernando Corrêa foi alçado ao posto por pressões de políticos ligados a Daniel Dantas, e sua missão seria acabar com todas as investigações contra o banqueiro. Suspeitando de tudo e de todos, Protógenes recorreu à Abin para ajudá-lo na investigação e mandou recados a colegas seus da PF de que tinha provas e gravações que mostravam que eles estavam trabalhando a favor de Dantas. Não se sabe que provas são essas e nem se elas efetivamente existem. Em público, Corrêa elogiou e defendeu o trabalho da polícia, mas, assim como o ministro da Justiça, Tarso Genro, eles só souberam da operação quando ela já estava em andamento.

O delegado Protógenes, perdido nas névoas de sua teoria conspiratória, atira para todo lado. Entre seus alvos aparece o próprio ministro presidente do STF, Gilmar Mendes. Na semana passada, o ministro encaminhou uma representação ao Conselho Nacional de Justiça pedindo investigações sobre uma provável invasão de seu gabinete, onde teriam sido instaladas câmeras de vídeo com o objetivo de espioná-lo. Em conversas com auxiliares, Protógenes revelou que a polícia tinha imagens gravadas no gabinete do ministro que mostrariam uma estranha proximidade de assessores do tribunal com os advogados de Daniel Dantas. A insinuação: o presidente do Supremo Tribunal Federal teria concedido o habeas corpus libertando o banqueiro mediante um acerto prévio com os advogados.

A atuação e o inquérito do delegado Protógenes, que abriga contrabandos de Lacerda contra seus desafetos, só não podem ser classificados como típicos de um estado policial, porque os estados policiais costumam ser mais competentes. Em determinados momentos, ele parece um aluno de faculdade de sociologia tentando impressionar o mestre esquerdista com frases de efeito.

Para justificar a renovação da autorização dos grampos telefônicos, Protógenes recorre a uma frase do destrambelhado lingüista americano Noam Chomsky: "A mídia é um veículo independente, comprometido com a verdade e imparcial, certo? Errado!".

Ao ritmo de uma revolução por parágrafo, cita, ainda, o suíço Jean Ziegler, autor do livro A Suíça Lava Mais Branco: "Se prevalecem grandemente da deficiência dos dirigentes da sociedade capitalista contemporânea. A globalização de mercados financeiros debilita o estado de direito, sua soberania e sua capacidade de agir". Ele também acha que Freud não explica: "Comparar a gigantesca organização criminosa comandada por D. Dantas com a de N. Nahas seria um ‘paradigma ingênuo’ ou aplicar a simetria das condutas criminosas estaríamos diante de um método freudiano primitivo e ridículo". Não tente entender. Não tem sentido.

No inquérito, há uma "análise" segundo a qual o banco Opportunity "tem pessoas infiltradas no Comando do Exército, onde estes indivíduos promoveriam os interesses do grupo, principalmente espionando ações militares estratégicas e secretas". Será que Dantas planejava montar uma base de mísseis em sua cobertura na Vieira Souto?

O delegado Protógenes mostra também que não baixará a guarda "contra tudo isso que está aí". Ao abordar uma suposta tentativa do deputado Delfim Netto", articulista da revista Carta Capital, de emplacar Naji Nahas na gestão do fundo soberano planejado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ele vocifera: "Ante as ameaças de corsários saqueadores das riquezas do nosso país, deixo aqui registrado que o ‘amanuense’, que ora subscreve a presente peça, e por ‘cautela’ alerto aos incautos, seja de forma individual ou organizados criminosamente para tal finalidade, que estarei de prontidão comparado a um integrante da Brigada dos Tigres, fazendo um acompanhamento detalhado do futuro Fundo Soberano".

Ouvido por VEJA, Delfim Netto disse: "Esses métodos de investigação têm de ter limites dentro do estado de direito. Eles não só invadem a privacidade das pessoas que não têm qualquer relação com a investigação – o que, por si só, é gravíssimo – como também, neste caso específico, violentam a lógica. A investigação diz que eu planejo tirar vantagens escusas da criação do fundo soberano. Como, se fui contra o fundo soberano desde o começo? Isso aí é público. Isso não é trabalho da Polícia Federal. É produto de um insano dentro da PF. Deve ser um neonazista. Sabe Deus o que a cabeça do sujeito imagina".

No inquérito, há a transcrição de uma conversa entre "possivelmente" Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do pre-sidente Lula, e Humberto Braz, homem de Dantas. O diálogo gira em torno de uma "conta-curral", na qual aparentemente seria depositada uma quantia em duas vezes, em troca de um trabalho de "consultoria". Carvalho, na conversa, é chamado de "Giba".

Procurado por VEJA, o chefe-de-gabinete da Presidência, por meio da assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, afirmou que jamais conversou por telefone com Humberto Braz, a quem não conhece. Disse ainda que ninguém o chama de Giba. "Meu apelido é Gil." E concluiu: "Isso tudo é uma maluquice". É mesmo. Só que, por causa dela, Dantas e companhia talvez não paguem por seus crimes – os de verdade.

Na Veja

sábado

O que está por trás da crise mundial de alimentos?

Paul Krugman, The New York Times


Atualmente você ouve muito sobre a crise financeira mundial. Mas há outra crise mundial em andamento -e está prejudicando muito mais pessoas.


Eu falo sobre a crise de alimentos. Nos últimos dois anos os preços do trigo, milho, arroz e outros alimentos básicos dobraram ou triplicaram, com grande parte do aumento ocorrendo nos últimos poucos meses. Os altos preços dos alimentos incomodam até mesmos os americanos relativamente prósperos, mas são realmente devastadores nos países pobres, onde os alimentos freqüentemente são responsáveis por mais da metade das despesas de uma família.

Já há ao redor do mundo tumultos causados por alimentos. Os países fornecedores de alimentos, da Ucrânia até a Argentina, estão limitando as exportações em uma tentativa de proteger os consumidores domésticos, levando a protestos furiosos dos produtores rurais -e tornando as coisas ainda piores nos países que precisam dos alimentos importados.

Como isto aconteceu? A resposta é uma combinação de tendências de longo prazo, azar e política ruim.

Vamos começar pelas coisas que não são culpa de alguém.

Primeiro, há a marcha dos chineses comedores de carne -isto é, o crescente número de pessoas nas economias emergentes que estão, pela primeira vez, ricas o bastante para começarem a comer como os ocidentais. Como são necessárias cerca de 700 calorias em ração animal para produzir um bife de carne bovina de 100 calorias, esta mudança na dieta aumenta a demanda geral por grãos.

Segundo, há o preço do petróleo. A agricultura moderna é altamente intensiva em energia: muita BTU (unidade térmica britânica) é usada na produção de fertilizante, na operação de tratores e no transporte dos produtos agrícolas aos consumidores. Com o petróleo persistentemente acima de US$ 100 o barril, os custos de energia se tornaram o principal fator por trás dos aumentos dos custos agrícolas.

Os altos preços do petróleo, a propósito, têm muito a ver com o crescimento da China e de outras economias emergentes. Direta e indiretamente, estas potências econômicas em ascensão estão competindo com o restante de nós por recursos escassos, incluindo petróleo e terras agrícolas, elevando os preços de matérias-primas de todo tipo.

Terceiro, houve uma seqüência de condições meteorológicas adversas em áreas-chave de cultivo. A Austrália, em particular, normalmente a segunda maior exportadora de trigo do mundo, vem sofrendo uma seca épica.

OK, eu disse que estes fatores por trás da crise dos alimentos não são culpa de ninguém, mas não é bem verdade. A ascensão da China e de outras economias emergentes é a principal força por trás do aumento dos preços do petróleo, mas a invasão ao Iraque -que seus proponentes prometeram que levaria a petróleo mais barato- também reduziu a oferta de petróleo abaixo do que estaria caso contrário.

E o clima ruim, especialmente a seca australiana, está provavelmente relacionado à mudança climática. Assim, políticos e governos que ficaram no caminho da ação contra os gases do efeito estufa têm alguma responsabilidade pela escassez de alimentos.

Mas onde os efeitos de políticas ruins estão mais claros é na ascensão do demônio etanol e outros biocombustíveis.

A conversão subsidiada de produtos agrícolas em combustível deveria promover a independência energética e ajudar a limitar o aquecimento global. Mas esta promessa era, como colocou a revista "Time", um "embuste".

Isto é particularmente verdadeiro em relação ao etanol de milho: mesmo nas estimativas otimistas, a produção de um galão de etanol de milho usa grande parte da energia que o galão contém. Mas, na verdade, até mesmo políticas de biocombustíveis aparentemente "boas", como a usada pelo Brasil com o etanol de cana-de-açúcar, aceleram o ritmo da mudança climática ao promover o desmatamento.

E enquanto isso, a terra usada para cultivo de ração e biocombustível é terra não disponível para o cultivo de alimentos, de forma que os subsídios aos biocombustíveis são um grande fator na crise dos alimentos. Seria possível colocar desta forma: as pessoas estão passando fome na África para que políticos americanos possam cortejar eleitores nos Estados rurais.

Ah, e em caso de você estar se perguntando: todos os candidatos presidenciais que restam são terríveis nesta questão.

Mais uma coisa: um motivo para a crise dos alimentos ter ficado tão severa, tão rapidamente, é que os grandes agentes no mercado de grãos se tornaram complacentes.

Governos e mercadores privados de grãos costumavam manter grandes estoques em tempos normais, para o caso de uma safra ruim criar uma escassez repentina. Mas ao longo dos anos, foi autorizado que estes estoques preventivos encolhessem, principalmente porque todos acreditavam que os países que sofressem quebra de safra sempre poderiam importar o alimento necessário.

Isso deixou o equilíbrio mundial de alimentos altamente vulnerável a uma crise que afeta muitos países ao mesmo tempo -da mesma forma que a negociação de títulos financeiros complexos, que deveriam afastar o risco por meio da diversificação, deixaram os mercados financeiros mundiais altamente vulneráveis a um choque por todo o sistema.

O que deve ser feito? A necessidade mais imediata é de mais ajuda para as pessoas em dificuldades: o Programa Mundial de Alimentos da ONU fez um apelo desesperado por mais fundos.

Nós também precisamos reagir contra os biocombustíveis, que revelaram ser um erro terrível.

Mas não está claro quanto precisa ser feito. Alimento barato, assim como o petróleo barato, pode ter se transformado em algo do passado.

Tradução: George El Khouri Andolfato
Fonte

quarta-feira


A nossa eterna primeira-dama Ruth Cardoso morre em SP

Morreu na noite de ontem, no apartamento da família em São Paulo, aos 77 anos, a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, mulher do ex-residente Fernando Henrique Cardoso. Após receber alta do Hospital Sírio Libanês, na manhã de segunda-feira, na tarde do mesmo dia foi submetida a um cateterismo no hospital da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Doutora em antropologia pela Universidade de São Paulo, durante o governo FHC fundou o Comunidade Solidária, organização responsável por programas sociais e de voluntariado que deram uma nova visão ao trabalho social no Brasil. Respeitada mo meio acadêmico e político pela obra que defendeu, pela dignidade, ética, elegância e pela firmeza nas suas posições em defesa do País.

segunda-feira


MEDALHA DE OURO NA CORRUPÇÃO

Nos seus freqüentes, infindáveis e hilariantes discursos , o presidente insiste em se comparar aos seus antecessores, se colocando ,quase sempre, em posição superior.É como se existissem dois brasis, um, antes de Lula, e outro, depois dele. A se acreditar nele, o país lulo-petista tem mais educação, mais saúde, maior segurança, melhor infra-estrutura, mais exportações, maior desenvolvimento agrícola, melhores estradas, mais emprego , melhores salários, e... menos corrupção. Infelizmente, os fatos e os levantamentos estatísticos desmentem o presidente. Artigo completo aqui

quarta-feira

Minc quer um AI-5 para o Ibama

Foto Folha de São Paulo

Sabem Minc, aquele que, segundo Lula, “falou em uma semana mais do que Marina em cinco anos e meio?” Então. Ele falou de novo.

E defendeu que seja decretado um AI-5 para ser usado pelo Ibama.

Como?

Ah, segundo o ministro cujos cabelos retratam as idéias — bem poucos, mas muito vistosos — , o órgão deve ter o direito de confiscar e leiloar imediatamente “os bens dos poluidores”. Uau!

O AI-5 era mais brando.

Para confiscar os bens, instalava-se uma CGI (Comissão Geral de Investigações) de cinco membros. O acusado tinha oito dias para se explicar. Não o fazendo, era nomeado um defensor que tinha mais cinco dias. Se a CGI não se convencesse da inocência, o resultado era enviado ao presidente da República para que ele assinasse o decreto confiscatório. O confisco tinha mais seis meses para recorrer.

O ministro, pelo visto, acha que o AI-5 era muito mole. Como poderia dizer o Cérebro, Minc quer um big stick ambiental para um fast track confiscatório.

Ah, sim: com o espalhafato habitual, mandou ver: “Tremei, poluidores”.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

Vazei, mas não fui eu - Aparecido citou Erenice em almoço, afirma testemunha

Na Folha:

Os depoimentos na CPI revelaram novos personagens. Um deles é Marco Polo Simões, servidor do TCU (Tribunal de Contas da União) requisitado pelo Senado. Ele confirmou à Folha ter participado do almoço em que André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), e José Aparecido Nunes, ex-funcionário da Casa Civil, discutiram o dossiê.
"Estive no almoço, mas não fiquei o tempo todo sentado na mesa com eles porque me ausentei para fumar", disse. "Não tenho a mesma memória que o André, mas posso dizer que eram aquelas pessoas. [Aparecido] citou o nome da Erenice." Simões criticou o rumo da apuração da CPI. "O foco está sendo desviado das pessoas que têm poder para os bagrinhos."
A outra testemunha do almoço no Clube Naval em 21 de março é Nélio Lacerda Wanderlei, hoje chefe do departamento de Extinção e Liquidação do Ministério do Planejamento. Foi Nélio, segundo Aparecido, que o convidou. Nélio não quis comentar o assunto.

Jair Bolsonaro - Raposa do Sol e mentiras de Tarso Genro

quinta-feira


Risco de repique inflacionário e crise econômica enervam Lula e o forçam a adiar aumento dos combustíveis


Por Jorge Serrão


A luz amarela, indicando o risco de repique inflacionário, já deixa o popular chefão Lula mais nervoso que o normal. Uma tensa reunião de três horas, ontem, no Palácio do Planalto, resolveu adiar, por alguns dias, o reajuste dos preços dos combustíveis, congelados desde outubro de 2005. O objetivo é evitar mais aumentos ainda nos preços dos alimentos.

O desgoverno Lula ficou preocupado com a divulgação de uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos, advertindo sobre o risco do retorno da inflação capaz de desestabilizar a economia (hoje a frágil base de sustentação de Lula). A maioria das 35 instituições financeiras pesquisadas pela Febraban advertiu que há risco de um estouro da meta de inflação – prevista pelo desgoverno em 4,5% para este ano. Os bancos já especulam índices inflacionários iguais ou maiores que 4,75%.

O desgoverno jura que a inflação está controlada e perfeitamente bem comportada. Tirando sempre sua responsabilidade da reta, os membros da equipe econômica apelam para a demagogia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alegou ontem que a inflação poderia ser de 2,5% a 3% se não fossem os fatores como a pressão do preço de produtos como feijão, leite e derivados.

Raciocínio brilhante de Mantega: “Tirando o feijão, o feijãozinho que todo mundo come, nós teríamos uma inflação de 4,4%. Se tirássemos leite e derivados, diminuiria mais 0,3%”. Será que o genial ministro esqueceu que esta é a alimentação básica dos brasileiros?


http://alertatotal.blogspot.com/

sexta-feira

ONU fará reunião de urgência sobre crise de alimentos

Ajuda humanitária dos EUA no Afeganistão

Novo plano será discutido nas próximas segunda e terça-feira (28 e 29). Organização pede a governos que mantenham seus canais comerciais abertos.

Da Agência Estado

A Organização das Nações Unidas (ONU) pede que todos os países, inclusive o Brasil, mantenham seu comércio de alimentos aberto, prepara um novo plano para lidar com a fome no mundo e já classifica a alta nos preços das commodities como uma "crise global e real". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou para a próxima segunda (28) e terça-feira (29) a cúpula da ONU para uma reunião de emergência na Suíça para estabelecer o novo plano.

A estratégia terá duas etapas. A primeira será o incremento do orçamento da ONU para alimentar cerca de 77 milhões de pessoas em todo o mundo. Para isso, a entidade pede a doação de US$ 755 milhões a mais que o plano feito no final de 2007, de US$ 2,9 bilhões. Até agora, o Programa Mundial de Alimentos da ONU já arrecadou 63% da quantia extra e a entidade espera novas doações até o final do mês. Ban está convencido de que os governos ricos podem ajudar a dar uma solução à crise. Mas precisam de coordenação, vontade política e novos recursos.

Efeito cascata

O que ele teme é que vários governos usem recursos que estavam sendo destinados a outros programas sociais nos países mais pobres para solucionar a questão da fome. O resultado, portanto, seria uma "cascata" de crises, já que faltariam recursos na saúde, educação e outros setores. O dinheiro, segundo Ban, iria para refugiados, mulheres e crianças, como prioridade. Vítimas de desastres naturais também seriam atendidas primeiro.

Um segundo passo será a elaboração de uma estratégia para promover na África uma "revolução verde". Isso incluirá recursos para treinamento de agricultores, maior tecnologia e recursos para a região. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participará indiretamente dessa revolução, já que está percorrendo o interior do continente para analisar como adaptar sementes aos terrenos africanos.

Arroz

A ONU calcula que a crise já atinge 100 milhões de pessoas e pede que os governos mantenham abertos seus canais comerciais e não apliquem restrições às exportações, como no caso da medida tomada pelo Brasil para o arroz. Na cúpula da ONU, a medida do governo sobre o arroz foi mal recebida, já que o país é considerado como um aliado na pressão pela abertura dos mercados.

Há o temor de que outros países pensem que se o Brasil, que é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo, toma tais decisões de restrição para alimentar sua população, todos tem o direito de fazer o mesmo. A conseqüência seria devastadora para a economia mundial se isso se proliferar, alertou um assessor próximo a Ban.

O chefe da diplomacia da ONU pediu nesta sexta-feira ainda que os canais de distribuição de alimentos sejam mantidos livres de obstáculos. O preço do arroz triplicou neste ano na Ásia, e a revolta contra o custo da alimentação já gera conflitos em pelo menos 15 países. No Haiti, uma das preocupações da ONU, o próprio governo brasileiro pediu que a entidade não colocasse os soldados brasileiros na linha de frente para tentar conter as revoltas da população faminta.

Risco à estabilidade

Na Costa do Marfim, Ban se reuniu com os líderes do governo de Laurant Gbagbo. As autoridades que prometem realizar eleições e acabar com a ditadura alertaram a Ban em reuniões privadas que a fome hoje é um risco maior para a estabilidade e para as eleições que os próprios rebeldes e sua luta pelo poder.

Para a ONU, a crise dos alimentos está sendo gerada por fatores como a alta no barril do petróleo, que encarece os custos de produção e de transporte, além de gerar a alta nos próprios fertilizantes. Outro fator é a seca em várias regiões, além da maior demanda por comida entre os chineses, indianos e a nova classe média mundial. Ban, porém, rejeita responsabilizar o etanol (álcool combustível) pelos problemas.

quarta-feira


“inflação de alimentos”

Artigo:
Blog do Tunico

A notícia em pauta hoje é sobre a “inflação de alimentos” no mundo que segundo a FAO(ONU) é culpa da produção de bio-combustíveis. Pura idiotice e falácia, pelo menos no caso brasileiro. A nossa produção de etanol utilizou em 2007 somente 6 milhões de hectares da área destinada ao plantio de alimentos do país que era 62 milhões de hectares. Somando- se a este número a área de pastagens e terras abandonadas/degradadas e impróprias para plantio que é cerca de 220 milhões de hectares, a área dedicada ao plantio da cana de açúcar representou somente 2,13% do total.

E estes 6 milhões de hectares produziram em 2007, 380 milhões de toneladas de cana onde 70% geraram 17 bilhões de litros de etanol (os outros 30% produziram açúcar). Estes 17 bilhões de litros representaram quase 50% do consumo de combustível nos motores dos automóveis, incluindo-se aí o álcool anidro misturado na gasolina.

Assim, para todos os veículos e equipamentos movidos a gasolina do Brasil serem movidos HOJE (hipoteticamente, é claro pois na prática a teoria é outra) exclusivamente a álcool de cana, bastaria utilizar 4,4% da terra disponível para plantio. Existem 96 milhões de hectares de terra sem uso hoje. Precisaríamos então aproveitar 6 milhões (6,25%) destas terras para dobrar a produção de etanol, sem avançar na área produtiva para outras culturas ou pastagens.

Mas daí, sobrariam 15 bilhões de litros de gasolina! O que fazer com isso?

Oras bolas! Que sejam vendidos para quem não produz etanol como nós. Para os americanos, por exemplo. A gasolina deles custa 2,97 dólares por galão e é da boa, não a nossa porcaria. Mas a PeTrobrás produz e vende aqui essa porcaria a 1,39 dólares por litro o que dá 4,72 dólares por galão.

Tirando os impostos e o custo PTBRASIL, que inclui os aloprados pendurados nos cabides de emprego, os “cumpanhero sindicalista” sanguessugas da sociedade, os aliados corruptos e fisiológicos e os incomPTentes que somam 70% disso, daria para vender lá fora por 2 dólares o galão, com margem de lucro de 30%, mais frete e comissão. Quanto de divisas isto geraria? 30 bilhões de dólares! Uma CPMF e meia!

Agora, o Apedeuta vem dizer que inflação de alimentos no Brasil é boa pois significa que o pobre está comendo mais. Por favor, me poupem desta irritação. É muita asneira, ou é gozação e provocação barata de quem não respeita a inteligência e a seriedade do povo que preside, seja por falta de berço e educação ou seja por pura má fé, ou os dois, o que é mais provável.

E na minha opinião, os países avançados que se lixem com sua inflação de alimentos. O problema é que já estão exportando isso para cá em nome da globalização e nós os botocudos como diz o Aluízio, estamos aceitando...

sexta-feira


“BRAÇO DIREITO DE DILMA MONTOU DOSSIÊ”


É o que a VEJA teria noticiado já na terça-feira se fosse publicada às terças-feiras. Huuummm. Então como é mesmo? “A revista”, como passou a ser chamada pelos estafetas e rufiões ideológicos petralhas, tinha feito, na edição passada, o que faz há 40 anos: jornalismo. A serviço da democracia e do estado de direito. Coube ao repórter Alexandre Oltramari noticiar o dossiê.

Acabou! Achei que a máscara só cairia na madrugada desta sexta. Caiu antes. Será tudo? Atuou bem a Folha ao também fazer jornalismo em vez de repetir o comportamento de alguns delinqüentes que tentaram ler “a revista” como “um lado”, de que o governo seria “o outro lado”. O lado da VEJA é o da reportagem, da apuração, do fato, da verdade.

O texto de Leonardo Souza, Marta Salomon e Andreza Matais não deixa dúvida: Partiu da secretária-executiva da Casa Civil, braço direito da ministra Dilma Rousseff, a ordem para a organização de um dossiê com todas as despesas realizadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua mulher Ruth e ministros da gestão tucana a partir de 1998. O banco de dados montado a pedido de Erenice Alves Guerra é paralelo ao Suprim, o sistema oficial de controle de despesas com suprimentos de fundos do governo.”

Observem que cai também a versão apresentada pela Casa Civil, aí pela própria Dilma, de que os dados eram do tal Suprim (Sistema de Controle de Suprimento de Fundos). Não eram, não! “Um dos relatórios produzidos na Casa Civil, a que a Folha teve acesso, mostra que os dados foram organizados de forma diversa do Suprim”.

AS DIVERGÊNCIAS DO GOVERNO LULA NÃO SÃO COM A REVISTA VEJA, MAS COM O ESTADO DE DIREITO.

Erenice Alves Guerra montou uma verdadeira “operação de guerra”, o que, no seu caso, também é um trocadilho, para produzir o dossiê: “Na primeira semana após o Carnaval, segundo a Folha apurou, Erenice marcou reunião no Planalto com membros da Secretaria de Administração, da Secretaria de Controle Interno da Presidência e de outras áreas da Casa Civil. Solicitou que fossem cedidos funcionários de cada área para que se criasse uma força-tarefa encarregada de desarquivar documentos referentes aos gastos do governo anterior a partir da rubrica suprimento de fundos, que inclui cartões corporativos e contas "tipo B" (despesa justificada por nota depois de o servidor receber uma determinada verba). A Folha apurou que Erenice justificou a empreitada aos subordinados alegando ser preciso fazer o levantamento para atender a eventuais demandas da CPI dos Cartões e destacou sua chefe-de-gabinete, Maria de La Soledad Castrillo, para coordenar os trabalhos.”

E AGORA, MINISTRA DILMA ROUSSEFF?

Fonte

sábado

Só faltam uns retoques

João Ubaldo Ribeiro

Na semana retrasada, já tive a oportunidade de observar penitentemente que vamos muito bem. Na semana passada, sedento de assuntos que servissem para um pau-mandado da conspiração da grande imprensa ou para um mercenário dos sórdidos interesses da Zelite ou qualquer dessas outras condições das quais de vez em quando me acusam, procurei avidamente de que falar mal e, suprema humilhação, não encontrei praticamente nada. Pelo contrário, a julgar pelas notícias que ouço e leio, pelos comerciais do governo e pelo que o presidente diz, acho que devo concluir que o famoso primeiro mundo está cada vez mais próximo e que, assim como quem não quer nada, praticamente chegamos lá e nem notamos.

Lá pelo começo da semana, já se abriam manchetes e manchetinhas ufanas, pelo Brasil afora: Naomi Campbell (se você ainda não sabia, respire fundo e tente relaxar na cadeira, porque a notícia é de arromba), isso mesmo, Naomi Campbell foi operada no Brasil! O Fantástico é só mais tarde, mas vou ficar muito decepcionado se ele não sair com uma bela matéria sobre o assunto, com direito a entrevistas dos médicos e a propostas de populares no sentido de que a sonda empregada na laparoscopia seja tombada e posta em permanente exibição em local público adequado à visitação intensa de que deverá ser alvo.

Claro que, brasileiro como qualquer um, que com altivez agita a bandeira nos ares e chora na hora do Hino, senti o coração palpitar de orgulho e li a notícia diversas vezes, sob a foto da linda Naomi. Sim, não deixa de ser arrebatador saber que doravante podemos proclamar que Naomi foi operada no Brasil. Mal posso esperar minha primeira oportunidade - alô, Berlim! - de espalhar isso alto e bom som por esse mundão afora. Mas má vontade é uma desgraça e nem um tapa na boca desse quilate me aquietou os instintos vis, permanentemente afiados pela minha assustosa militância na imprensa.

Na saúde, como sobejamente comprova a cirurgia de Naomi, vamos muitíssimo bem. Aliás, já sabíamos disso há bastante tempo, quando o presidente afirmou, sem nem deixar tremer um fio de sobrancelha, que, em matéria de saúde pública, estamos perto da perfeição. E eu, ignorantemente, dando crédito à constatação de epidemia de dengue no Rio de Janeiro e não desconfiando que são pura manipulação as reportagens sobre as filas nos hospitais públicos, pacientes empilhados pelo chão e gente esperando atendimento urgente há meses ou anos. Mentira tudo isso - perguntem à Naomi, que conhece a questão da saúde no Brasil e, como estrangeira, é insuspeita.

E não deve ser esquecido o momento em que o presidente, depois de submetido a procedimentos médicos em São Paulo, afirmou que havia sido tratado da mesmíssima forma a que qualquer brasileiro tem direito, qualquer um podia fazer a mesma coisa. De novo - e acho isso verdadeiramente admirável - não lhe tremeu um fio de cabelo nem se alterou a voz altiva e descompromissada com qualquer coisa que na hora não lhe interesse. E de novo a má vontade me sopra de volta o que ele falou na semana passada, dirigindo-se a trabalhadores. Contou como tinha sido a amputação de seu dedo e sugeriu que o serviço teria sido melhor, se ele não tivesse sido tratado como o pobre ainda costuma ser tratado neste país.

Notei uma certa contradição entre uma afirmativa e outra e pensei como ele reagiria, se chamado a explicar-se. Ora, ele reagiria com a mesma retórica de sempre, esqueci que hoje nos rege a lógica dele, que tem suas peculiaridades. Diria, por exemplo, que ''''uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Você não pode querer tratar uma coisa do mesmo jeito que pode tratar outra coisa, nem tratar outra coisa do jeito que a primeira coisa. Uma coisa que precisamos fazer neste país é distinguir bem as coisas, porque muitas vezes, confundimos uma coisa com a outra e as coisas ficam completamente embaralhadas, com a conseqüência de que não casa coisa com coisa e não se resolve coisa nenhuma''''. Pronto, explicado. Tudo aqui é transparente.

Outros sintomas, que procuro ignorar, vêm mostrando como nossa aproximação, quiçá integração, com o primeiro mundo tem sido ajudada até pela Natureza. Hoje não precisamos ficar com inveja dos americanos, quando vemos na tevê tornados invencíveis, cortando as planícies de Iowa. Hoje já temos tornados, tivemos um furacão e provavelmente teremos mais, e temos terremotos. A situação da neve vem melhorando e, em breve, não é impossível que, também como os americanos, nos mobilizemos para salvar vítimas de avalanches de neve, um dos grandes sonhos nacionais. Assim que eu me lembre de cabeça, acho que só falta um vulcão e o estabelecimento de um regime de segregação racial, ansiosamente almejado por alguns, para alcançarmos os padrões, pelo menos os principais, do primeiro mundo.

Portanto, tenhamos nossas queixas na conta de alucinações. A educação vai muito bem. Quando vemos reportagens sobre crianças acordando ainda na escuridão, para enfrentar selva, lama, rios e caminhadas de léguas somente para ir a uma precária escola rural, devemos lembrar que o grande Abraham Lincoln caminhava milhas sobre e sob a neve, para ir à escola. E o Nosso Guia nem caminhava nada para ir a escola nenhuma. Tudo neste mundo é relativo e deve ser visto com os olhos da compreensão e da boa vontade. Desta forma, como está acontecendo neste instante, vemos como nossos problemas já foram resolvidos e que bastam alguns retoques para a Grande Obra completar-se. Graças ao Nosso Guia, não somos mais um país atrasado. E, se ele não nos chamasse a atenção, nem notaríamos.

sexta-feira


Confederação Nacional do Comércio questiona no STF proibição de venda de bebidas alcoólicas nas BRs

Do site do STF

A CNC (Confederação Nacional do Comércio) ajuizou nesta sexta-feira (8) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4017) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a legalidade da Medida Provisória (MP) 415/2008, editada em janeiro deste ano, que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas nas rodovias federais de todo o País. A medida entrou em vigor no dia 1º de fevereiro, e vale para todos os estabelecimentos que estejam na faixa de domínio e tenham acesso direto à rodovia. Para os estabelecimentos que descumprirem a norma, a medida determina a aplicação de multas e até mesmo a suspensão da autorização para acesso à estrada. Para a confederação, a venda de bebidas alcoólicas é uma atividade lícita. A Medida Provisória 415/2008 viola o princípio constitucional da livre iniciativa e da livre concorrência, sustenta o presidente da CNC. Outra inconstitucionalidade da medida, prossegue a ADI, está na forma como deve ser fiscalizada a aplicação da MP. O artigo 3º diz que caberá à Polícia Rodoviária Federal (PRF) fiscalizar os estabelecimentos. Para a CNC, contudo, conforme dispõe a própria Constituição Federal em seu artigo 144, a PRF não tem competência para entrar em estabelecimentos comerciais para fiscalizar suas atividades econômicas, e muito menos para aplicar multas. Os direitos individuais também seriam desrespeitados pela norma, alega a CNC. Mesmo que fosse possível proibir a venda de bebidas alcoólicas para motoristas, não se poderia estender tal proibição para os demais passageiros dos veículos, principalmente dos ônibus. A confederação também considera inadmissível que se impeça a venda para moradores das cidades vizinhas à estrada, que freqüentam costumeiramente esses estabelecimentos. Outra afirmação da CNC é de que ao proibir a venda e não o consumo de bebidas alcoólicas, o Estado estaria punindo apenas os estabelecimentos, colocando todos os indivíduos como incapazes de discernir a respeito do que consomem. A ADI pede a concessão de liminar para suspender a eficácia dos artigos 1º, 2º, 3º e 6º da MP 415/2008. E no mérito que seja declarada a inconstitucionalidade dos dispositivos questionados.


MANDADOS Desde 1º de fevereiro, quando entrou em vigor a MP 415/2008, já chegaram ao Supremo pelo menos seis Mandados de Segurança (27124, 27126, 27127, 27129, 27133 e 27134), impetrados por estabelecimentos que se encontram nas condições previstas na MP, e estão proibidos de vender bebidas alcoólicas. Em todas estas ações os impetrantes fazem o mesmo pedido: que o STF garanta o direito de poder vender bebidas alcoólicas.


Às vésperas do Carnaval, Lula proíbe venda de bebida alcoólica em BRs