terça-feira

Bolsa: A estrela cai


Fortes emoções no mercado


No mercado financeiro, o clima é de apreensão. A Bolsa de Valores de São Paulo começou a semana com a maior queda desde fevereiro. O mercado imobiliário americano ainda deve ser fonte de muitas preocupações para os investidores.

Além disso, um balanço da Petrobras com notícias não muito boas e a queda no preço dos metais também ajudaram a derrubar a Bolsa. A semana no Brasil é curta por causa do feriado, mas o mercado financeiro mundial promete ter dias de fortes emoções.

As maiores perdas vieram das ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce, as empresas de maior peso no Ibovespa. Juntas, elas respondem por 30% do índice. Os papéis mais negociados da petrolífera caíram 6,5%. E pensar que, na semana passada, as ações da estatal subiram mais de 15% por causa do anúncio da descoberta de um campo gigante de petróleo, na Bacia de Santos.

“Foi anunciado um aumento de reservas da Petrobras de aproximadamente de 50% como que passe de mágica. Para muitos investidores, isso é um índice muito importante, o que ajudou efetivamente a Petrobras mudar de patamar, e a cotação mudar de patamar no mercado”, disse o analista Gilberto Pereira de Souza.

Na sexta-feira passada (9), quando a Bolsa já havia fechado, a empresa divulgou o balanço do trimestre, que ficou abaixo do esperado. Na segunda-feira (12), essa não foi a única notícia ruim.

“Tem a ver com o fato de o balanço ser um pouco mais fraco. Segundo: o preço do petróleo no mercado internacional caiu. Terceiro: houve um aumento de aversão ao risco no mercado financeiro como um todo, que fez não só a Petrobras, como a Bolsa inteira caísse”, acrescentou o analista Gilberto Pereira de Souza.

A Bovespa, que começou o dia acima dos 64 mil pontos, registrou perdas durante todo o pregão, sem conseguir reverter a trajetória de queda. Terminou a jornada no patamar dos 61 mil pontos em baixa de 4,34%, a maior desde fevereiro deste ano.

Segundo analistas, o principal fator que derrubou não só a Bolsa brasileira, mas as bolsas de mercados emergentes, foi o aumento da preocupação com o mercado de crédito americano. A Comissão de Valores dos Estados Unidos quer que até quinta-feira (15) os bancos declarem quanto podem perder com os créditos podres.

A notícia deixou os investidores tensos. Por causa de todo esse movimento, os investidores trocaram as ações pelo dólar. A moeda americana subiu quase 2% e fechou cotada a R$ 1, 778.

Para o economista da Itaú Corretora, Tomás Awad, até a chegada do fim de ano também estimula investidores a vender os papéis para embolsar os ganhos.

“Nós estamos chegando ao final do ano. Os investidores, de maneira geral, estão com lucros acumulados muito fortes, muito altos. Então, acho que isso ajuda o psicológico das pessoas a realizarem um pouco desse lucro, colocarem um pouco de dinheiro em caixa e deixar para repensar no que fazer no começo do ano seguinte”, avaliou o economista Tomás Awad.

Por causa das turbulências no mercado financeiro, os analistas já começam a falar em uma possível elevação na Taxa Selic, a taxa básica de juros. A próxima reunião sobre o assunto, a última do ano, acontece nos dias 4 e 5 de dezembro.